Texto 33

Texto 33

Trigésima terceira postagem: At the edge of time - Blind Guardian.

Finalmente chegou o momento dos bardos. Colocar o Blind Guardian (que já vi ao vivo e é um daqueles shows que dificilmente esquece-se) na trigésima terceira postagem é maldade. Ainda bem que os textos não estão em ordem de importância. O Blind Guardian tem vários álbuns bons e escolher um deles não foi tarefa fácil. Minhas leituras sobre mitologia fizeram-me escolher esse. Então, vamos ao álbum.

01. Sacred Worlds.

Essa foi a introdução do show que vi em 2015. Nada mais justo, excelente arranjo de cordas para começar a contar as histórias do álbum. Curiosidade: Faixa utilizada no jogo Sacred 2: Fallen Angel. Aliás, feita para o jogo. Boa música retratando a temática do álbum: batalhas. Nessa primeira faixa, temos um cenário de sacrifício onde a alma da pessoa fica presa, aguardando ser liberta no momento em que a guerra começar. Porém, o ritual falha e ele volta para casa (o mundo dos mortos de onde todos saem, visitam o mundo e retornam para ele).

02. Tanelorn.

Tema recorrente do Blind Guardian. Tanto que a faixa apresenta musicalidade semelhante aos velhos tempos. Aqui temos a retomada à história de Tanelorn, cidade dos livros de Michael Moorcock, que desaparece e reaparece. Essa é semelhante à faixa anterior, onde o personagem desaparece após sua última batalha. E entregue ao fogo, sumirá no infinito. Gosto do final saudando Stormbringer, espada usada pelo Elric de Melniboné, personagem do livro do Moorcock.

03. Road of no release.

Mais um passeio literário. Aqui, uma adaptação do conto The innkeeper´s song, de Peter S. Beagle. Por tratar-se de uma adaptação, todos os personagens aparecem e não farei comentários sobre o conto para não estragar. Sugiro a leitura do conto e comparem com a letra da faixa. Muito boa a adaptação, e traz alguns pontos de vista diferentes em relação ao que acontece na obra.

04. Ride into the obsession.

Outro livro aqui. Tá. Gosto do Blind Guardian pois com a banda, ouço música de qualidade e ainda revejo literatura de boa qualidade (estilo fantasia). Essa baseia-se no The Wheel of time, escrito pelo Robert Jordan. Essa faixa retrata na letra a roda do tempo (wheel of time) e como o dragão irá voltar (I am reborn) para continuar sua batalha contra os Aes Sedai. Sugiro esse livro também.

05. Curse my name.

Minha favorita. Claro que também é baseada em livro (The tenure of kings and magistrades) e isso fica evidente no início da faixa. Aqui, vai uma mistura na minha cabeça de Assassin´s Creed, Revolução Francesa e filme medievais. Consigo visualizar o povo indo às ruas, militares com tambores e todos pedindo pela cabeça do rei. Confesso que essa eu sempre canto como se estivesse junto deles, exigindo que meus direitos sejam respeitados e que o rei seja deposto como exemplo para todos que usem de má fé. Que nossa voz seja ouvida.

06. Valkyries.

Como citei anteriormente, gosto de mitologia. Dessas, a nórdica é minha favorita e ter uma faixa que apresenta as Valquírias e Valhalla, é impossível de não gostar. Então, rezemos aos deuses do norte para que nossa morte seja fruto de batalha e que possamos ir à Valhalla para o descanso final. A faixa ainda faz referência à roda da vida que tece seus fios até nosso fim. Embora tenha dito que a faixa anterior era minha favorita, essa é a segunda, e por margem mínima.

07. Control the divine.

Paraíso perdido, de John Milton, influenciou essa faixa. Basicamente temos o nascimento do diabo, sua queda e sua missão. Missão que é contaminar a criação de Deus, de modo a tentar controlar o próprio Deus em algum momento. A faixa mostra a queda do homem após a expulsão do paraíso (o que basicamente é o livro). Gosto da ideia de não poder tirar algo que a pessoa não tem mais. Uma vez que o homem perdeu o paraíso, o que mais poderia perder?

08. War of the thrones.

Essa é a referência literária mais fácil. Guerra dos tronos. Essa faixa me lembra um dos Stark, o Bran. Pois a letra retrata alguém cuja mente está presa e que possui visões de eventos. Essas são as características do personagem citado. A visão que tem é sempre a mesma: ascensão e queda durante a guerra dos tronos. O ritmo que embala a faixa dá um clima gostoso de prelúdio. Curioso pois essa faixa retrata o primeiro livro da série.

09. A voice in the dark.

Aqui temos Bran Stark bem detalhado. Desde a passagem do corvo até a descrição da queda dele, o que causará a paralisia. Destaco aqui a preocupação com o inverno (dead winter) e que os mundos negros voltarão. Essa faixa é muito boa musicalmente falando. Pesada e com boa letra. Vamos para o final dos livros.

10. Wheel of time.

Retomando o tema do álbum. The wheel of time é uma sequencia de 12 livros, que viraram 14, que é um sucesso de vendas (perdendo apenas para "O senhor dos anéis) e apareceu nesse álbum em 2 faixas. Nessa última, a banda narra a história sob o ponto de vista de Rand al´Thor, que é o protagonista da narrativa que irá se tornar o dragão renascido, citado em outras faixas. Interessante como a faixa encerra o álbum mostrando que a roda do tempo sempre gira e que sempre renasce. Da mesma forma somos nós no breve tempo que ficamos aqui, morremos e nos reinventamos todos os dias. Como se cada noite nos matasse e o dia nos devolvesse a vida.