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Supernatural

Vigésima postagem: Supernatural - Santana.

Teremos uma postagem mais alegre hoje. Com Carlos Santana guiando não há como ser diferente. Fico com a impressão de que esse cara só será reconhecido depois que morrer. Sempre dou uma olhada em relações de grandes guitarristas e Santana muitas vezes não aparece nem entre os 20 melhores (certa revista especializada em rock lá nos EUA coloca o Kurt Cobain como um guitarrista melhor do que ele...) e isso entristece. Esse é o melhor álbum do Santana e é obrigatório na coleção (com o DVD também). Não teremos clássicos como Black Magic Woman aqui mas essa é a beleza do Supernatural. Abrir espaços para que novas músicas sejam tão clássicas quanto ela. Recheado por convidados que vão do rock mais pop até o rap, esse álbum vai preencher dos seus ouvidos até a alma de satisfação. Vamos ao convidado de hoje: Play, Carlos Santana.

01. (Da Le) Yaleo.

Mistura da cultura hispânica com a africana e uma mistura das línguas espanhola e bantu (suaíli) com os batuques e a guitarra do mestre dão o tom dançante e animado para essa faixa. Música que fala sobre a interação entre os povos mas durante a execução da música só dá vontade de falar Yaleo (provavelmente uma mistura do espanhol e do suaíli). Música pra deixar a todos alegres antes da faixa 02.

02. Love of my life.

Dave Matthews Band escreve essa com o mestre. Declaração de amor muito bem interpretada e instrumentalizada pelos dois. Faixa com 2 tons, iniciando melosa e com um riff de guitarra que após ouvir o CD, certamente irá lembrar por muito tempo. Eu não consigo esquecer o sabor de sua boca, por seus lábios todos os céus se derramam.... Pessoal atualmente poderia escrever sobre amor assim.... no segundo momento da faixa, há um convite para a dança, sob o luar. Então a faixa fica mais animada com uma salsa característica de Santana. Genial encerramento para uma faixa sobrenatural.

03. Put your lights on.

Everlast participa dessa faixa. Essa causa-me empatia. Narra a história de alguém que está no hospital e embora tenha um monstro embaixo da cama surrando em seu ouvido, há um anjo com a mão na cabeça dele, o lembrando que ainda há um propósito para servir. Gostei ainda mais da música quando descobri que o autor apenas descreveu o que sentia e via quando estava internado se recuperando de um ataque cardíaco. Essa faixa me lembra que há 2 lados e em alguns momentos, duelam por algumas almas (verdade). Voltei a ouvir a faixa para fazer essa revisão e havia esquecido como ela me toca profundamente... Fiquemos alertas... pode ter um monstro embaixo da cama ainda.

04. Africa Bamba.

Voltemos aos momentos alegres. Faixa executada em um violão conjuntamente com guitarra (ambos pelo mestre) e uma letra relaxante. Fala sobre o poder da música e dança, que da sua forma relaxante atravessa os continentes trazendo a paz e o amor. Gosto da citação às morenas dançando e do comentário dele ao final quando diz que não esqueçam do México. E a faixa é deliciosa de se ouvir. Mais uma nota 10.

05. Smooth.

Essa tocou até cansar. Convidado especial é o Rob Thomas. Aliás, a letra é dele. Mas tem a cara do Santana. As mulheres são o foco e a ideia é que me adapto para que possa ter você em minha vida. Isso apenas porque a pessoa é especial. Vale pelos solos de guitarra, pela letra e até pelo clip.

06. Do You like the way?

Sinta o relaxamento enquanto vai sendo levado por um baixo e uma guitarra conversando... E vamos refletindo com um rap cantando pela Lauryn Hill e CeeLo Green falando sobre como devemos agradecer por sobrevivermos a tudo e persistirmos. Gosto da pergunta perto do fim: "Até quando vamos esperar para sentarmos e nos comunicarmos?" pois entendo que as comunicações virtuais estão tirando isso. Estamos virando robôs que falam por teclados e não olhamos mais nos olhos do outro. Não aproveitamos a companhia do outro... isso não vai terminar bem. Faixa da Lauryn Hill.

07. Maria Maria.

Outro convidado. Product G & B participa da faixa. Maria é uma latina negra que cresce no Harlem e a faixa aproveita para o canto negro relatando os problemas que existem nos guetos onde os negros são criados nos EUA (como se fosse apenas lá...), sobre como os negros vão ficando cada vez mais pobres e os brancos, cada vez mais ricos. Apesar disso, os negros se divertem e Maria, em destaque, se apaixona tocada pelo Carlos Santana ao leste de Los Angeles. Negros e latinos sofrendo pelo preconceito racial.

08. Migra.

Aqui temos o canto de união do álbum. Migra chama a todos para entenderem que somos um povo só. Que devemos nos amar e que você precisa mais de mim do que eu de você. Eu discordo apenas dessa parte. Precisamos cada vez mais um do outro. Em igualdade.

09. Corazón Espinado.

Maná. Grande banda mexicana e nesse período do álbum estavam em uma grande fase. Faixa que também fez muito sucesso aqui. Música sobre o amor. Aquele amor que acabou e está deixando a pessoa sem rumo e sem a pessoa amada ao lado. Apesar da fossa, faixa muito agradável e vale ver os mexicanos de hoje e de ontem fazendo um som de alto nível. Música do Fher, vocalista do Maná.

10. Wishing It was.

Eagle Eye Cherry aparece na faixa que trata da dificuldade de entrega por parte de alguém que está já tão machucado que a desconfiança é maior que a vontade de viver algo ao lado de alguém. A dor não me faz chorar mas a felicidade sim.

11. El farol.

Apenas ouça e imagine-se em uma praia, perto de um farol mesmo. Confesso que mesmo que a faixa não trouxesse esse nome, foi a primeira sensação que tive ao ouvir. Lindo solo do Santana. Sinta-se em paz ao ouvir, pois duvido que sinta outra coisa.

12. Primavera.

A visão do renascimento permeia essa faixa. Toda ela sendo uma poesia dedicada ao tema. Essa eu nem comentarei muito por concordar que é o período simbólico para que a beleza se manifesta através da renovação das flores, momento onde as sementes brotam e o ar que respiramos é renovado pela esperança de que, não importa o quão difíceis sejam os dias, a primavera virá e trará a vida plena.

13. The calling.

Faixa que encerra o álbum convocando a todos para Deus veja que temos uma mãe para o amor. Essa mãe quando percebe-se a convocação é a união. É ela quem trará o amor ao mundo. Modo Santana de encerrar um álbum. Detalhe para Eric Clapton tocando ao lado do mestre. Talvez por isso a faixa seja sobre mostrar algo a Deus. Clapton está aí. Encerramento espiritual para esse trabalho.