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Sixteen stone

Décima quinta postagem: Sixteen Stone - Bush.

Esse deveria ser o texto da próxima semana para brincar com o número mas resolvi antecipar. O próximo corrigirá uma lacuna nesses textos que estou publicando. Esse álbum reflete o que era a MTV nos anos 90 para mim. Explicando: Conheci a banda e este seu primeiro álbum vendo os clips (não tão bons é verdade) na televisão e o som que a banda produzia chamou minha atenção e fui procurar comprar o álbum. Infelizmente, lá em 1994 já não era tão fácil encontrar lojas que vendessem CDs de rock por aqui e demorei uns 2 anos pra encontrar esse rapazinho em um sebo aqui da cidade. Desejo realizado e uma pessoa feliz. Bem, vamos ouvir um rock inglês com guitarras competentes? Esse é o meu álbum favorito do Bush e entra na lista por um motivo: Música pesada do velho rock que só faz bem... ehhehee.

01. Everything Zen.

Começamos com um som que é pegajoso de tão bom. Vamos pensando em vários problemas que surgem enquanto alguns pedem para que nos acalmemos e que assim, e apenas assim, as coisas melhorarão. Mas como acreditar nisso se tudo parece tão errado? Até os valores mais sedimentados parecem desabar (Minnie Mouse virar uma vaca é difícil) e alguém nos fala que tudo está zen? Não dá pra aceitar assim tão fácil. Concordo com a parte do "tente ver as coisas sob minha ótica". A falta de empatia atrapalha, e muito, nossos intolerantes dias.

02. Swim.

Não escrevi errado. Depois da ótima introdução, chegamos à uma faixa mais cadenciada, mais lenta que sua antecessora. Aqui temos uma metáfora muito agradável quando o compositor coloca que estamos nus em uma casa em chamas e em alguns momentos só precisamos é de água e amigos. Interpretação livre mas eu coloco que em vários momentos de turbulência, apenas uma palavra amiga já nos coloca de volta aos trilhos. E são essas pessoas que devemos manter próximo.

03. Bomb.

Música que não deixa muito espaço para interpretações. Foi escrita para tratar o fanatismo religioso na Irlanda (aquele povo do IRA) e por isso a pegada vem leve mas depois fica intensa como a explosão de uma bomba (faltou imaginação nessa minha frase). Atenção à letra quando fala sobre o Jekill. Hora de estudar. Dr. Jekill e Mr. Hyde (médico e o monstro) é um clássico sobre uma pessoa bipolar (tem as duas personalidades). Saí da música e vim parar em um clássico da Literatura... melhor ir para a próxima faixa.

04. Little things.

São as pequenas coisas que matam. Tem uma outra frase assim... os melhores perfumes vem nos menores frascos. Duas frases boas para falar sobre as aparências. E a música nem trata disso. Fala sobre pequenos momentos de uma convivência a dois que nem sempre reparamos mas que percebemos quando a distância entre os dois surge. Nessa letra a distância é provocada e as pequenas coisas são as lembranças com o aspecto de arrependimento. É uma boa letra permeada por um rock pesado (não é metal).

05. Comedown.

Começo de tudo. Foi a primeira música que ouvi e estava ansioso pra chegar nessa faixa. Sabe quando tudo está bem na vida e você quer apenas que as coisas continuem assim? Essa é a ideia. Por isso que ele não quer descer dessa nuvem. Deu tanto trabalho para chegar até lá. Tantas incertezas, tantos paradoxos, antíteses, contradições, inversos e opostos... (gostei dessa parte). Como a relação com a faixa anterior existe, então se as coisas não estão bem, que seja para a outra pessoa porque para mim, tudo está bem (everything zen my friend).

06. Body.

Faixa da fraqueza. Para se manter na nuvem, ele precisa da pessoa perto novamente, mesmo que para amizade. Essa eu não concordo. Ele chama elementos de outras faixas como o fogo e o rubi mas para reconciliação e com jeito de submissão.... isso não é rock.

07. Machinehead.

Faixa da insatisfação. Reconhece que o rumo que a vida tomou não é o adequado e assume que mudaria tudo se tivesse a chance. Gosto da contradição. Cabeça de máquina pode ser uma cabeça que funciona logicamente (o que não daria margem para o arrependimento) ou uma cabeça que não comanda, e sim, que é comandada. Apesar da dúvida, pelo contexto de tudo, é a segunda opção que ocorre. Apesar da letra, o ritmo continua bom durante o álbum.

08. Testosterone.

Lembra da faixa 06? Essa aqui vem a resposta para minhas reclamações... Faixa irônica (gosto disso) que coloca o homem como o macho alfa... o cara tem bigode, fuma, bebe e pra mim, é um personagem dos filmes dos anos 50. Mas gostei da ideia de jogar com os pensamentos opostos. Quem concordou com a faixa 06, vai se divertir com essa. Quem não gostou da faixa 06, vai tomar um tapa na cara com essa pra acordar pra vida.

09. Monkey.

Faixa raivosa pra por um ponto final e ajustar o orgulho. Combina com o ritmo nervoso mostrando uma aceitação interna. Gosto da parte do "não nos importamos" porque se prestaram atenção na faixa 03, temos duas pessoas aqui. Então pode ser que a luta seja entre as personalidades. Mas o nome da faixa sugere isso também. Em várias experiências o macaco é a cobaia. E se a pessoa tem uma mente de máquina... o estrago não é pequeno.

10. Glycerine.

As duas personalidades conversam nessa faixa. Ela é mais tranquila em comparação ao resto do álbum. Todas as faixas são trazidas aqui. Busquem as referências nas letras e encontrarão. Ajudarei na referência de "Strawberry fields". Aí chamamos Beatles para lembrar de um lugar calmo e tranquilo que é o que ele gostaria de encontrar. Ao invés disso, temos uma guerra interna dentro dele três companheiros "Eu, meu medo e você". Espero que a glicerina seja usada para resolver esse problema. Quem prestar atenção, vai ouvir ao final da faixa que temos duas vozes falando Glycerine. São as duas personalidades. Também temos um ar de velório com os violinos...

11. Alien.

Bonita faixa. Cumplicidade onde os dois parecem ter um mundo próprio. Onde são diferentes dos demais. Nada a acrescentar. Apenas ouvir a faixa.

12. X-Girlfriend.

45 segundos e uma brincadeira. Não vejo outra forma de interpretar essa faixa final. Papel de ex é surgir quando o outro está mal. Visão dele. Entendo a faixa pois entendo o álbum e ele foi escrito depois da separação do letrista. Natural alguns desabafos. Eu acho apenas engraçada a letra.