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Vigésima segunda postagem: Nevermind - Nirvana.
Seguindo em Seattle, hoje escreverei sobre o primeiro álbum do Nirvana (foram apenas 3) com a intenção de contextualizar o cenário da cidade no início da década de 90. Escolhi o Nevermind por entender que é o melhor dos álbuns do Nirvana e talvez do cenário grunge. Sem muita conversa, vamos ao que interessa.
01. Smells like teen spirit.
Talvez o maior mal entendido do movimento. Embora o título possa ser traduzido como "cheiro como o espírito jovem", o que seria muito bacana para uma música, na verdade significa "cheira como teen spirit" onde teen spirit era uma marca de desodorante... frustração imediata ao saber disso eu imagino. Bem, a letra foi feita pensando na primeira hipótese e é uma das músicas mais tocadas de toda década de 90. Em termos de letra, o jovem aparece sendo retratado como alguém que pode ser entretido com qualquer coisa pois nem se importa com o que acontece. Gosto da brincadeira com o jogo de palavras hello e how low, refletindo esse "nem aí" dos anos 90.
02. In bloom.
Normalmente não opino ou sugiro olhar os clips das bandas mas vou abrir essa exceção. Há duas versões e é curioso comparar as duas. Acredito que o Nirvana se mostrou bem em um delas. A parte destrutiva e tirando um sarro da própria banda e música. Foco na música. Sinto um vazio quando ouço essa faixa. Ao mesmo tempo em que sente-se a liberdade em fazer várias coisas, parece que tudo que fazemos é sem sentido. Falta atitude, resumindo.
03. Come as You are.
Não é uma coletânea. Come as You are faz uma referência à faixa anterior. Em In bloom ele cita que alguém dispara uma arma e aqui ele escreve que não tem uma arma. Então pode vir sem medo, seja como amigo ou inimigo. Quando ouço essa faixa, é um aviso de que podem ser aproximar sem medo. Não parece comigo mas... é o que está na faixa.
04. Breed.
Rock na veia!!! Essa é mais agitada mas traz a mesma mensagem do álbum. Eu não me importo ou tanto faz. Kurt Cobain se preocupava com a música e depois via o que podia colocar como letra. Acredito que esse é o caso. A mensagem de que não se importa está clara mas não há profundidade na faixa.
05. Lithium.
Mais uma faixa que fez muito sucesso na época do lançamento do álbum. Essa faixa mostra alguém triste mas que nesse momento está feliz por estar com amigos. Uma vez que a morte do Kurt Cobain fica entre o suicídio e o assassinato, uma faixa depressiva coloca a primeira versão em vantagem. As citações das velas e que elas o levam ao encontro de Deus me lembram o Acústico MTV (muito bom, diga-se de passagem) onde a decoração tem muitas velas a pedido dele, com a intenção de lembrar um velório... Talvez a faixa revele uma angústia, uma batalha que apenas após a morte dele entendemos.
06. Polly.
Essa é pra você. Essa é a faixa mais pesada do álbum. A história de Polly é a de uma menina que foi sequestrada (por isso que tem a carona na música) e é estuprada várias vezes (por isso a corda e o maçarico). Outros pontos do cativeiro. Polly quer um biscoito e eu acho que ela queria comer mais. Ela pede para que ele a solte e ele fala "uma perseguição seria legal". Temos um relato de uma mente doentia que tem uma menina em cativeiro. Não dá pra pensar em um papagaio que quer um biscoito. Essa é a faixa nota 10 do álbum. A nota é sua mas a faixa, claro que não né?
07. Territorial pissings.
Usarei apenas uma frase que justifica gostar dessa faixa: "Quando eu era um alienígena, culturas não eram opiniões". Caso encerrado. Para quem gosta de cultura disso ou cultura daquilo. Vamos entender cultura como um costume que envolva tradições e não banalizar um termo tão importante.
08. Drain You.
Música romântica. Fala sobre a entrega total à outra pessoa e como um "suga" o outro completamente. Até que a relação acabe. Romantismo grunge...
09. Lounge act.
Faixa sobre o fim do relacionamento bonito da faixa anterior. Agora a verdade estava escondida e ele admite que só resta lutar contra o ciúme até que ele acabe. Isso porque ele sabe que novos relacionamentos surgirão e deve-se aprender como cada um, seja lá com quem for. Apesar disso, o cheiro dela está em você. Engraçado como todos os relacionamentos do mundo, independente do ritmo musical, são iguais.
10. Stay away.
Gosta de rimas? Essa é a faixa. Inclusive com a citação de que as músicas precisam de rimas. Gosto da parte do macaco vê, macaco faz. Produto do meio!!!
11. On a plane.
Música que não fala sobre aviação. Começa como um bloqueio para escrever (passando por isso neste instante) e algumas memórias (inspiração ou drogas) vão fazendo com que palavras sem sentido comecem a saírem para o papel (quase esse texto). Sobre o avião, digamos que é a sensação da viagem que faz com que a música consiga ser escrita. Então, não é uma música sobre alguém em um avião, curtindo a vida sem reclamar.
12. Something in the way.
Gosto demais dessa faixa. Coloco uma observação: Se estiver com a versão de 20 minutos, tenha paciência que tem uma faixa escondida. Se for a versão de 3:48 então só tem essa mesmo. Essa faixa é bacana pois fala sobre um momento curioso do Kurt Cobain. Ele é despejado e vai morar embaixo de uma ponte. A faixa relata os animais que ele prendia e que viravam seus animais de estimação e esse algo no caminho é a ponte. Curiosidade da faixa: Gravada no volume máximo do vocal pois o Kurt Cobain cantou baixo pra caramba e não estavam conseguindo ouvir. Mesmo no álbum é difícil. Mas interprete a faixa como superação, afinal, o cara fez um excelente álbum com todas as composições sendo suas.
13. Endless, nameless.
Quis comentar sobre essa pela curiosidade. Quando o Nevermind terminar, deixa o CD tocando por 11 minutos e começa essa faixa... falta do que fazer faz isso. Faixa raivosa e mais pesada. Muita raiva acumulada e vem tudo à tona: Morte, inferno, morto, morra... e muito barulho... Talvez seja melhor parar na faixa 12.