Texto 07

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The black halo

Sétima postagem: The Black Halo - Kamelot.

Embora os Estados Unidos sejam reconhecidos como um país que gosta de rock and roll, vejo que a quantidade de boas bandas americanas não é tão grande, se compararmos com ícones do rock nascidos na Inglaterra. Colônia é colônia. Sei que nomes como Megadeth, Metallica, Slayer e Anthrax são ótimos exemplos de bandas americanas de metal (rock e metal são diferentes sim) mas hoje venho chamar a atenção para um metal pouco conhecida do público em geral. Nesse álbum ainda temos o vocalista (excepcional) Roy Khan, que atualmente não canta mais por problemas nas cordas vocais... pena. Vamos para o álbum sem mais delongas.

1. March of Mephisto.

Não será mais um álbum mitológico apesar da citação a Mephisto (Mefistófeles em grego) nessa música. Temos aqui uma faixa introdutória que nos traz um amigo perguntando o que nos incomoda e ainda cita que é enviado pelos céus. Dessa vez farei um comentário mais ligado ao nosso mundo. Muitas vezes encontramos pessoas que juram serem nossas amigas mas na verdade acabam aproximando-se no intuito de aprenderem algo (ia escrever nos usar mas achei piegas) e depois desaparecem. Pode ser uma comparação aos diversos Mefistófeles que aparecem oferecendo ombro;

2. When The Lights Are Down.

Gosto demais dessa faixa. Essa eu citaria toda a letra aqui para expressar o quanto gosto dela. Como não resistirei, deixo o verso de que o amor é dor verdadeira que causa uma revolução em nossas mentes. Já comentei anteriormente que as nossas escolhas definem nossos caminhos e essa música remete ao tema. Não de uma forma romântica ou melosa. Aqui a morte é a salvação para essa dor e ela aparece para nos levar daqui. Então, a morte é uma escolha? Algo a se pensar;

3. The Hauting (Somewhere in time).

Voltamos ao tema do amor que se foi e quero reencontrar. Como imaginamos antes, buscaremos esse amor depois da vida pois ainda ouvimos sua voz (por isso a faixa é dividida pela Simone Simmons, vocalista do Epica) e mais confuso ainda, basta a voz ser parecida que imaginamos que aquela pessoa está ali. Farei uma adaptação. Pode ser a voz, um perfume, uma frase ou a forma de alguém se expressar que nos remete ao ser que imaginamos. Nessa fase, mesmo que outras pessoas se aproximem, o coração está comprometido com outro alguém e desde que ela partiu, o coração está despedaçado. Faixa reflexiva e bem apropriada para algo que deve ir dos ouvidos até a alma. Tchau Helena;

4. Soul Society.

Como o personagem do álbum falou que iria buscar sua amada Helena em outra vida (sugiro que vejam "Amor além da vida") ele resolveu abraçar a morte e seguir. Não vamos discutir o suicídio do personagem (vejam o filme que dá pra entender o que se faz para recuperar o amor) pois ele entende que mesmo que permanecesse vivo, sua vida é insignificante. Apenas um grão de areia perto do tamanho do universo. Até compreendo que ficou uma frase sem originalidade. Vamos contextualizar. Se ele entende que a vida não faz sentido após perder o amor da vida, natural que procure uma boa desculpa para sair dela, como fazendo comparações para mostrar a inferioridade e, até, a pequena importância que a vida dele tem para o universo. Deve haver mais do que podemos ver nesse mundo embaixo do céu. Se há, vamos ver se entendemos na próxima faixa;

5. Interlude I: Dei Gratia.

Latim. Aliás, tem um interlúdio (trecho entre duas cenas, em peças dramáticas) e com título em Latim. Toda a letra desse interlúdio está em Latim e a intenção é lembrar que nada há de novo entre o sol e as estrelas mas o reino de Deus. Lembremo-nos da morte antes da batalha;

6. Abandoned.

Queria não falar que é a melhor faixa do álbum mas não consigo. Se antes ele era feliz por estar ao lado de sua amada, agora ele está triste e sem vontade de viver. Deus o abandonou. Difícil não trazer para o cotidiano e pensar em tantas coisas ruins que acontecem e questionamos como Deus pode permitir. A sensação de abandono há. Gosto da última citação da música onde ele lembra que por trás dessa velha aparência, eu ainda sou uma criança e peço que me guie. Não me abandone pois preciso de Você;

7. This Pain.

Música que tenta explicar como a pessoa que amava se foi. Parece-nos que tenta voltar no tempo (na memória apenas) e começa a imaginar o que poderia ter feito para desfazer o fato. Isso faz com que a sanidade se perca no caminho. Ele tenta encontrar uma justificativa para a dor para, através desse entendimento, encontrar paz. A sensação de culpa nos causa esse passeio indesejado e algumas vezes involuntário;

8. Moonlight.

Passando pelos uivos iniciais vamos ao tormento. Claro que imaginamos que alguém que passa por isso a ponto de considerar tirar a própria vida deve ter tido acompanhamento dos amigos, da família ou mesmo de profissionais. Então, o que aconteceu? Engana-se ao pensar que a dor é algo psicológico e que não tem efeitos fisiológicos. A sensação que se tem é de que não há como acordar sentindo o coração pesado e alma destruída. Como conviver e viver com pessoas sorrindo e afirmando que tudo melhorará se a culpa escurece o mundo? Esses conselhos nada mais são do que pequenos raios da lua em um mundo de escuridão. Não parecem ser suficientes;

9. Interlude II: Un Assassinio Molto Silenzioso.

Agora não é Latim no interlúdio. Italiano onde temos uma pergunta curiosa feita para a lua: O amor retorna? O que fazer quando o que resta é um coração frio? Talvez apenas pensamentos de um silencioso assassino;

10. The Black Halo.

Música de desistência. Totalmente dedicada ao desaparecimento dessa vida. A vida é uma flor mas as flores morrem no inverno. Momento para pensar na capa do álbum;

11. Nothing Ever Dies.

Se a faixa anterior era sobre a desistência, agora temos os questionamentos para buscar novas justificativas para não querer viver mais. Justificativas como "cada povo tem seu Deus e suas regras e o que é errado para um povo, é certo para outro povo" são usadas, além de não acreditar que a fé é o que precisamos para superar as dificuldades, pois ele acredita que a única verdade é o amor e o amor morreu. Como acreditar em alguém que falou que tantas mentiras, inclusive que o amor nunca morre? Gosto dessa provocação na interpretação. O amor nunca morre enquanto sentimento, embora o amor (pessoa) morre sim;

12. Memento Mori.

Faixa linda... Todos os personagens que participaram do álbum tem uma fala aqui. A temática permanece. São justificativas para a escolha dele. Eu sou meu deus. Embora eu me pergunte como acreditar e apenas acreditar pode me salvar dos pecados. Pelos meus pecados eu devo perecer;

13. Interlude III: Midnight - Twelve Tolls For a New Day.

Na vida do ano as coisas melhoram. Essa é uma faixa intrigante. Essa tem que ouvir a faixa. Ela retrocede toda a história;

14. Serenade.

Agora temos uma mudança de atitude. Perguntamos se a vida que nos foi dada deve ser tirada. Questionamos o que é a vida, a eternidade... e o que o inverno nos dá senão outra primavera? Nem vou questionar esse renascimento senão um outro ponto de vista para o que aconteceu lá no início do álbum. A perda. Ou encaramos da forma destrutiva ou aceitamos o convite feito na faixa, nos saudamos e cantamos essa serenata triste. Qual? ahhh, a última faixa;

15. Epilogue.

Essa é faixa bônus. Quem não tem essa, lamento. A serenata era a anterior com o convite para essa reflexão sobre as duas formas de lidar com perdas. Quem tem essa, fica com uma linda mensagem. Apesar da perda, a vida segue. Alguns dias mais alegres outros mais tristes mas não devemos nos preocupar quando a chuva irá transformar-se em neve mas sim, devemos lembrar que a vida sempre trará um novo dia.

Resumo da obra.
Esse é um daqueles álbuns que parece extraídos de livros ou de uma vida de fato solitária. Pode ser um filme, como citado no texto. A vida é composta por perdas, por ganhos, por vitórias e derrotas. É isso que a faz valer a pena de ser vivida. É não desejarmos a felicidade sempre pois a tristeza faz parte dela e precisamos saber como lidar com ela. Acho que o resumo da obra foi melhor que o texto em si. Semana que vem, álbum mais alegre. Pensarei em algo mais recente também. Esse álbum é de 2005 e vários álbuns aqui já tem uma certa idade. Causa a sensação de que não existem álbuns bons atualmente. Farei esse ajuste no próximo texto. Até lá.